2 de abr. de 2013

Opala 4.1 S - Brilho Restaurado

Encontrado em estado de calamidade e com poucas chances de restauração, um Opala 74 transforma-se em laboratório de customização.



Se tivesse sido programada ou combinada com antecedência, fatalmente não daria certo. Foi uma daquelas histórias em que as possibilidades do acaso reservaram uma boa surpresa e culminaram em mais um carro meticulosamente restaurado.
Certo dia, após o expediente rotineiro, o empresário Rafael Glaser, 35 anos, da Totty´s Hot Toys, deu uma carona para um funcionário de sua loja e, ao chegar no destino, descobriu que um Opala Luxo 1974 fazia um “repouso forçado” bem em frente da casa.
“Era azul, com motor quatro cilindros e já apresentava muitos sinais de deterioração. Ele comentou que precisava se desfazer do carro de alguma maneira. Então, resolvi comprá-lo e acabar de vez com essa condição de entulho”, comenta o customizador. “Diversas vezes vejo muitos Opala que merecem um toque especial nas partes mecânicas, construção e no acabamento. E isso, infelizmente, ainda deixa muitas vezes os Opala Vintage com uma fama nada boa”, completa.
Assim, a meta principal era de restaurar o automóvel sem comprar peças de funilaria e reproduzir as mesmas da melhor forma possível na própria loja. Glaser também tinha objetivos de transformá-lo em uma espécie de projeto-escola ou laboratório.
“Mão-de-obra específica e competente no mundo dos Hots e dos Muscles é algo bastante complicado de ser encontrado. Com este Opala, também pude testar e treinar novas pessoas para o trabalho de restauro, principalmente em aspectos de funilaria e detalhes, fatores que exigem um elevado grau de conhecimento, talento e cuidado em qualquer projeto”, explica.



Direto ao ponto
Na lataria, todos os ângulos e formas originais do Opala 1974 foram mantidos e valorizados pela equipe da Totty’s utilizando a técnica de lixamento e recuperação das partes mais afetadas pela ação do tempo. De diferente, apenas as molduras dos vidros, alvo de emendas, e os pára-choques, estilizados em peças únicas.
Os faróis e lanternas ainda são os originais, porém, restaurados. As rodas aro 15, por sua vez, são oriundas de um outro Opala e calçadas com pneus Pirelli P-600, nas medidas 195/60 R15. Todos os emblemas e frisos também são originais e foram restaurados com a ajuda minuciosa de Ilson ‘Pepeu’ Cardoso, funcionário da Totty’s que participou ativamente de todo processo de restauração do carro.
Após todo serviço, o Opala ganhou uma nova pintura com camadas de tinta preta. O chassi e todo conjunto de suspensão foram revisados e renovados nos moldes originais do Opala, mas com peças recém-adquiridas pela equipe.



Veneno de Fábrica
O motor quatro cilindros original deu lugar a um apimentado 4.1S. A caixa de câmbio é um modelo TH-250 automática com três velocidades. O conjunto mecânico também recebeu o acréscimo de carburador 446, enquanto que o coletor de admissão conta com muffler para álcool, e o comando e tampas de válvulas são originais.
O propulsor ainda foi equipado com filtro de ar Edelbrock e diferencial Danna (3.54:11).
“O objetivo deste conjunto é simplesmente proporcionar conforto. A performance visivelmente ficou um pouco em segundo plano aqui. É um carro mais de estilo, focado para o passeio, com uma combinação de equipamentos mais coesa e de confiança”, diz Glaser.
Na parte interna, foi feito todo um trabalho de forração termo-acústica, que ganhou como acabamento um revestimento em couro numa tonalidade vermelha sobre os bancos originais, com o desenho exclusivo das costuras sugerido pelo rodder e designer Lúcio Oliveira. Por fim, o volante é da marca Walroad, com coluna de direção escamoteável em alumínio e a alavanca e manopla de câmbio foram personalizadas pela própria equipe da Totty´s, com acabamento de alumínio.
Finalizam o conjunto de equipamentos um pedal de freio adaptado do Camaro 1994 e um tacômetro (acessório que demonstra as rotações por minuto), adaptado no painel original.
“Até arrisco sair um pouco com o Opala quando está um belo dia de sol. Mas meu objetivo específico foi alcançado com este projeto. Penso agora em vendê-lo e partir para o próximo carro. Meu prazer de construir é muito maior do que rodar com ele por aí. Afinal de contas, cada um se diverte com o que mais gosta, não é?”, determina Glaser.

Fotos Marcelo Garcia 


















Disponível no(a):http://www.streetcustoms.com.br

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