Encontrado em estado de calamidade e com poucas chances de restauração, um Opala 74 transforma-se em laboratório de customização.
Se tivesse sido programada ou combinada com antecedência, fatalmente não
daria certo. Foi uma daquelas histórias em que as possibilidades do
acaso reservaram uma boa surpresa e culminaram em mais um carro meticulosamente restaurado.
Certo
dia, após o expediente rotineiro, o empresário Rafael Glaser, 35 anos,
da Totty´s Hot Toys, deu uma carona para um funcionário de sua loja e, ao chegar no destino, descobriu que um Opala Luxo 1974 fazia um “repouso forçado” bem em frente da casa.
“Era
azul, com motor quatro cilindros e já apresentava muitos sinais de
deterioração. Ele comentou que precisava se desfazer do carro de alguma
maneira. Então, resolvi comprá-lo e acabar de vez com essa condição de
entulho”, comenta o customizador. “Diversas vezes vejo muitos Opala que
merecem um toque especial
nas partes mecânicas, construção e no acabamento. E isso, infelizmente,
ainda deixa muitas vezes os Opala Vintage com uma fama nada boa”,
completa.
Assim, a meta principal era de restaurar
o automóvel sem comprar peças de funilaria e reproduzir as mesmas da
melhor forma possível na própria loja. Glaser também tinha objetivos de transformá-lo em uma espécie de projeto-escola ou laboratório.
“Mão-de-obra
específica e competente no mundo dos Hots e dos Muscles é algo bastante
complicado de ser encontrado. Com este Opala, também pude testar e
treinar novas pessoas para o trabalho de restauro, principalmente em
aspectos de funilaria e detalhes, fatores que exigem um elevado grau de
conhecimento, talento e cuidado em qualquer projeto”, explica.
Direto ao ponto
Na
lataria, todos os ângulos e formas originais do Opala 1974 foram
mantidos e valorizados pela equipe da Totty’s utilizando a técnica de
lixamento e recuperação das partes mais afetadas pela ação do tempo. De
diferente, apenas as molduras dos vidros, alvo de emendas, e os
pára-choques, estilizados em peças únicas.
Os faróis e lanternas
ainda são os originais, porém, restaurados. As rodas aro 15, por sua
vez, são oriundas de um outro Opala e calçadas com pneus Pirelli P-600,
nas medidas 195/60 R15. Todos os emblemas e frisos também são originais e
foram restaurados com a ajuda minuciosa de Ilson ‘Pepeu’ Cardoso,
funcionário da Totty’s que participou ativamente de todo processo de
restauração do carro.
Após todo serviço, o Opala ganhou uma nova
pintura com camadas de tinta preta. O chassi e todo conjunto de
suspensão foram revisados e renovados nos moldes originais do Opala, mas
com peças recém-adquiridas pela equipe.
Veneno de Fábrica
O
motor quatro cilindros original deu lugar a um apimentado 4.1S. A caixa
de câmbio é um modelo TH-250 automática com três velocidades. O
conjunto mecânico também recebeu o acréscimo de carburador 446, enquanto
que o coletor de admissão conta com muffler para álcool, e o comando e
tampas de válvulas são originais.
O propulsor ainda foi equipado com filtro de ar Edelbrock e diferencial Danna (3.54:11).
“O
objetivo deste conjunto é simplesmente proporcionar conforto. A
performance visivelmente ficou um pouco em segundo plano aqui. É um
carro mais de estilo, focado para o passeio, com uma combinação de
equipamentos mais coesa e de confiança”, diz Glaser.
Na parte
interna, foi feito todo um trabalho de forração termo-acústica, que
ganhou como acabamento um revestimento em couro numa tonalidade vermelha
sobre os bancos originais, com o desenho exclusivo das costuras
sugerido pelo rodder e designer Lúcio Oliveira. Por fim, o volante é da
marca Walroad, com coluna de direção escamoteável em alumínio e a
alavanca e manopla de câmbio foram personalizadas pela própria equipe da
Totty´s, com acabamento de alumínio.
Finalizam o conjunto de
equipamentos um pedal de freio adaptado do Camaro 1994 e um tacômetro
(acessório que demonstra as rotações por minuto), adaptado no painel
original.
“Até arrisco sair um pouco com o Opala quando está um belo
dia de sol. Mas meu objetivo específico foi alcançado com este projeto.
Penso agora em vendê-lo e partir para o próximo carro. Meu prazer de
construir é muito maior do que rodar com ele por aí. Afinal de contas,
cada um se diverte com o que mais gosta, não é?”, determina Glaser.
Disponível no(a):http://www.streetcustoms.com.br
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